FRASE EM DESTAQUE

"Quando estiver deprimido, faça algo pelo seu próximo, esse é o melhor remédio."

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quarta-feira, 13 de junho de 2007

OPINIÃO: Lei Seca, polêmica ou necessidade?

Parabenizo o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, José Francisco Mallmann, por seu artigo “A Vida ou o álcool?”, publicado no Jornal Zero Hora em 10 de junho do corrente ano, importante contribuição em prol do debate sobre a questão da Lei Seca.

Suas informações são incontestáveis, esclarecedoras e pertinentes. Embora a restrição da venda de bebidas alcoólicas possa prejudicar setores de nossa economia, ficarei sempre ao lado da vida.

Destaco também a importância de líderes, principalmente daqueles que possuem extrema responsabilidade sob seu comando, como é o caso deste secretário, manifestarem sua opinião sobre temas tão polêmicos, parabéns por sua postura e coerência. Dentre muito erros e acertos do atual Governo Yeda Crusius, parece que este novo secretário de segurança é um dos acertos.

Aproveito para prestar minha homenagem aos que defendem a Vida, como a Fundação Thiago Gonzaga.

Eu conto sempre com vocês. Contem sempre comigo,
Luciano Ohlweiler de Oliveira


Artigo: A Vida ou o álcool?
José Francisco Mallmann - Secretário de Estado da Segurança Pública

No último final de semana, desencadeamos a permanente operação Lei Seca, em vários municípios, onde o foco é a redução do homicídio causado por ingestão de bebidas alcoólicas. Cerca de 70% dos homicídios ocorrem nas noites de sexta e de sábado e, desses, mais de 80% são por influência do álcool.

Outros crimes são decorrentes desse malefício, também. Estudos publicados apontam o álcool em quarto no ranking das drogas mais nocivas à saúde física e mental, estando à frente, apenas, as poderosas heroína, cocaína e barbitúricos, na ordem. E ele "ganha", na seqüência, das anfetaminas, nicotina, maconha, LSD e ecstasy. Contra o cigarro (nicotina) são feitas leis e campanhas maciças. Hoje, o fumante, felizmente, é discriminado pela sociedade.

O álcool, infelizmente, é cultural em nosso meio. E o mais incrível é que, dentre as drogas estudadas, apenas ele, e somente ele - o álcool - pousa como livre de qualquer proibição ou restrição ao consumo. Pasmem!
Outra grave estatística são os 78% dos acidentes de trânsito, com mortes e lesões graves, que ocorrem também sob a influência do álcool, quase todo final de semana e feriadões. A carnificina e os crimes sob o comando do álcool são alarmantes. Nossa preocupação é com aqueles que se excedem. Não podemos mais fazer de conta, fingir e fugir desse mal que afeta nossa população. Até parece que o álcool não faz mal a saúde! É preciso conscientizar as pessoas e advertir os responsáveis pela saúde pública.

O que assistimos é apologia, todo dia e toda noite, ao consumo de bebidas alcoólicas. Este incentivo, muitos esquecem, sangra nossa economia com as despesas com os acidentados de trânsito, deixa famílias destruídas, interrompe futuros e sonhos, lota os leitos hospitalares e as covas rasas dos campos santos.

Segurança pública é dever do Estado, mas também é responsabilidade de todos. Portanto, é uma questão social e não apenas policial. Estamos, neste momento, fazendo a nossa parte.

Entretanto, é preciso que quem detenha o poder (o município) de restringir a venda e o consumo de bebidas alcoólicas faça a sua, principalmente nos períodos apontados.

Eis os motivos da sugestão às 10 prefeituras das cidades que detêm 58,8% dos homicídios em nosso Estado para que editem lei municipal restringindo a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos citados dias e entre 0h e 6h, em locais públicos.

Mas sempre virão defensores da bebida a dizer que tal medida será um desastre para a gastronomia e a vida noturna. Acontecerá isso tão-somente em dois dias da semana e, ainda, depois da meia-noite? Famílias ficam na madrugada bebendo com seus filhos em locais públicos ou se recolhem aos seus lares? Quem fica bebendo com moderação após as 24h de sexta e de sábado em bares e similares? Desemprego? Entre este e a vida, fico sempre ao lado do maior bem que Deus nos deu, a vida.

O desempregado encontrará colocação. Desastre é para quem morre, fica mutilado ou em cadeiras de rodas por conseqüência do álcool, para esses não há solução. A questão do álcool é inquestionável, jamais polêmico, porque não se pode confrontar vida com bebida. Seria um absurdo! É preciso ter coragem para enfrentar o poder da bebida alcoólica, que é muito grande no Brasil. Alguma coisa precisa ser feita. A sociedade tem que dizer de que lado ela está: da vida ou do lucro da bebida?

Zero Hora - 10/06/07

Um comentário:

Anônimo disse...

Apoio e tenho a certeza que o número de acidentes de trânsito, mortes e brigas, vão diminuir consideravelmente, porque de um modo geral o álcool sempre gera os mesmos. Muitos começam bebendo socialmente, e quando menos esperam, estão dependentes da bebida. Bebem quando estão tristes, ou para comemorar alguma vitória, ou ainda para ter a coragem de fazer algo, que sóbrios, possivelmente não o teriam. Parabéns ao nosso Secretário de Segurança Pública, pela excelente iniciativa e coragem para colocar em prática,mais esta tentativa para inibir a criminalidade e mortes no trânsito. Com certeza, a maioria da sociedade está a favor da vida e não do lucro para o comércio que a venda da bebida produz. Desejo muito sucesso para esta iniciativa e que prevaleça o bom senso.